Boas! Esta foi, talvez, a maior aventura de 2009, já que se trata de um conceito novo para mim: uma prova de 2 dias com colega de equipa. Confesso que esta parte me deixou algo apreensivo, já que não aprecio muito a responsabilidade de poder atrasar o colega de equipa com um dia menos bom. Felizmente a experiência foi muito positiva, e, tal como nos reconhecimentos, o espírito de equipa esteve sempre em grande, embora debaixo de uma pressão bem maior: passeio é passeio, outra coisa é ter um cronómetro a marcar o passo.
Na 6ª feira chegámos um pouco atrasados ao briefing - afinal de contas, temos de trabalhar... - mas nada de grave, já que já tinha lido o regulamento de uma ponta a outra. Assim, restou fazer o secretariado, o carregamento do track para o 1º dia, e ir para a Pousada da Juventude da Lousã, uma unidade muito moderna e com muito boas condições. Parecendo que não, já passava da meia-noite, o descanso já não ia ser muito. Como ninguém tinha sono, risota até às 2 da manhã.
Na 6ª feira chegámos um pouco atrasados ao briefing - afinal de contas, temos de trabalhar... - mas nada de grave, já que já tinha lido o regulamento de uma ponta a outra. Assim, restou fazer o secretariado, o carregamento do track para o 1º dia, e ir para a Pousada da Juventude da Lousã, uma unidade muito moderna e com muito boas condições. Parecendo que não, já passava da meia-noite, o descanso já não ia ser muito. Como ninguém tinha sono, risota até às 2 da manhã.
Sábado, 1º dia
Acordar cedo, preparar as poucas coisas que não tinham ficado prontas e pequeno-almoço! Tudo feito e lá nos dirigimos para a partida. Tendo em conta a hora e a localização geográfica, a temperatura era bem mais baixa do que aquela a que estava habituado - arranquei com manguitos que só bem mais tarde tirei.
Este primeiro dia foi igual em tudo aos reconhecimentos que tinhamos feito no Verão, excepto uma alteração a meio da etapa, a sair das Fragas de Saõ Simão não se subiu por alcatrão, mas por uma subida londa e bem mais inclinada e dura que a de alcatrão - que petisco que os Antónios nos arranjaram... De início, e porque com mais gente por perto a tendência é para o entusiasmo ser maior, o ritmo foi um pouco mais vivo, e achei melhor pôr alguma "água na fervura". Sempre a subir, passagem pela bela Gondramaz, continuando a subir para as primeiras eólicas do dia (onde parei para tirar os manguitos e comer uma barra), depois sempre a descer a grande velocidade e a passar várias equipas até à praia da Louçainha. Nesta altura apanhámos uma equipa de dois velhos amigos da Travessia de Portugal, o Gustavo e o Carlos de quem andámos perto em S. João do Deserto, Ferraria de São João, na passagem por baixo do IC8. Continuámos para Casal de S. Simão, fizémos o single para as Fragas de S. Simão e fizemos mais uma paragem para abastecer estômago e bidons. Fisicamente estávamos a sentir o corpo em boas condições e o ritmo estava bastante alegre. O tal petisco que os Antónios arranjaram arrancou uma série de expressões menos próprias da minha boca: que subidão... que por acaso já conhecia, mas jipe! Paragem num café, o João bebeu uma Cola, eu comi uma sandes que levava na mochila. Passagem em Ana de Aviz, e entrada em mais uma zona de subidas de pendente acentuada, mas pouco estimulante, no meio de um eucaliptal com muita pedra no caminho. Nesta altura comecei a sentir que algo não estava bem - seguramente que se tratava de algum cansaço, já tinhamos 75km a um ritmo bem superior ao dos reconhecimentos, mas acima de tudo sentia que o meu corpo não estava nas suas condições normais - um crescente desconforto fazia-se sentir, que mais tarde se veio a materializar em cólicas bem fortes - olhando para trás, e por muito desagradável que seja falar nisto, mas faz parte da análise que se tem de fazer, na semana anterior ao Geo a barriga não funcionou com a regularidade habitual, e durante o fim de semana pura e simplesmente não funcionou. Daqui para a frente o ritmo diminuiu, e os estradões do parque eólico de Castanheira foram um martírio, não pelas pernas, não por ter sido apanhado pelo temível "Homem da Marreta" (que felizmente nunca nos apanhou durante os dois dias de prova), mas pela razão que abordei acima. Depois do estradão veio a florestal da qual não pude disfrutar pelo desconforto sentido, até chegarmos aos últimos 14kms, feitos a descer. Nesta parte, e porque estavamos a ser atacados por algumas equipas, dei tudo o que tinha e podia, e num ritmo completamente alucinante acabámos por recuperar 2 ou 3 posições até à meta - pode-se dizer que, da nossa parte, foi literalmente um sprint com 14km de extensão.
Restou entregar o GPS para ser verificado pela organização, ir para a Pousada tomar banho e jantar com os irmãos Sérgio e Jorge Valente e o muito simpático pessoal do MaxiGym.
Domingo, 2º dia
Estava tudo preparado já desde o dia anterior, mas por algum motivo do qual já não me lembro, atrasámo-nos. Assim, estavamos a ir para a meta e as equipas todas a passar em sentido contrário - já tinham partido! Lá se perderam 4m nesta nossa falha, mas nada de grave, o essencial era a diversão, e essa foi mais do que muita! Não tinhamos feito o reconhecimento deste 2º dia, mas posso afirmar que foi o mais divertido e bonito dos dois, para mim, claro. Início a subir, pois claro, e neste dia logo durante 20km até ao Alto do Trevim, ponto mais alto da Serra da Lousã. Apesar do atraso, pouco tempo depois de entrarmos em terra começámos a passar várias equipas. Apesar do cansaço acumulado do dia anterior as pernas reagiram bem, e depois de aquecidas responderam bem. Como se não fosse suficiente a extensão desta subida, houve algumas zonas onde nos deparámos com rampas bem inclinadas, embora cicláveis para nós - como se ouviu muito, e à semelhança de um concurso da televisão nacional: "Soltem a parede!" Do Alto do Trevim a paisagem já me era conhecida de outras passagens por esta zona do país, mas considero muito superior às também boas vistas do primeiro dia. Tempo para uma boa descida para logo de seguida se começar a subir para o Aeródromo mais alto do país, do Coentral - é sempre engraçado pedalar na pista. Daqui para a frente a diversão aumentou bastante, descemos para Sto. António das Neves, sua capela e poços da neve, continuando a descer, bem depressa, por uns estradões primeiro, depois por "doubletrack" com algumas pedras a saltarem de debaixo das nossas rodas. Passagem pelas aldeias de Aigra Velha e Aigra Nova (onde parámos para abastecer o organismo) e mais umas descidas que nos puseram largos sorrisos no rosto. Passagem para o outro lado da estrada que liga a Lousã a Góis, e começou a última parte do dia, com uns bons singles, um estradão para rolar a mais de 30km/h uma travessia do rio Ceira (que água tão gelada!!!), e mais uns singles bem divertidos. Numa pequena aldeia ultrapassámos cerca de 3 equipas que estavam a abastecer de água. Daí para a frente fomos no ritmo máximo possível para os kms que faltavam, sem fazer muito barulho para não denunciar a nossa posição, já que conseguiamos ouvir as equipas que tinhamos deixado para trás, e sempre a tentar apanhar uma equipa que conseguiamos vislumbrar à nossa frente há já bastante tempo. Entrada na última subida do dia, por fim com a equipa que seguia à nossa frente apanhada, mas também apanhados pelas equipas que nos seguiam. De início fomos nós a puxar, houve dois endurecimentos de ritmo por parte de outra equipa, mas no final da subida passámos para a frente e, tal como no dia anterior, foi até não ter mais mudanças para meter na descida. No alcatrão já tinhamos cerca de 10 metros de vantagem, e quando fizemos a última descida em calçada já dentro da Lousã e entrámos na recta da meta, já não se via ninguém - finalmente deu para descontrair, mais uma vez ao fim de 15km sempre a dar o máximo! Missão cumprida com a máxima diversão! Banho tomado, entrega de diplomas e prémios feita, tempo de voltar para casa a pensar seriamente no trofeu 2010...
Boas pedaladas