Eis que chega a prova organizada pela minha equipa, Róódinhas/Santos Silva TMN. O mesmo tipo de prova que aquela em que participei duas semanas antes - uma resistência - mas com metade da duração, ou seja, desta vez seriam apenas 3 horas. Esta diferença faz com que a abordagem à prova seja completamente diferente, já que uma prova com 3 horas assemelha-se mais a uma prova de XC do que a uma prova de resistência pura. O ritmo que se impõe é muito mais forte pois a gestão é adequada à duração mais curta da prova.
Arrancámos bem cedo de Alcobaça, e, 15 minutos depois estávamos na sede dos Róódinhas, a Associação do Norte da Vila na Benedita. Arco de meta montado, pista delimitada, e ambiente ainda calmo foi o que encontrámos àquela hora. Depois dos afazeres de secretariado tratados, tempo para, invariavelmente, confraternizar com os amigos de sempre e outros que se vão fazendo nestas lides. Entretanto a hora da partida começava a aproximar-se e as conversas foram terminando, já que era tempo de tratar de vestir o equipamento, colocar dorsais, massajar as pernas com o creme de aquecimento, preparar bidons para levar na bicicleta e para o abastecimento, e outras coisas de última hora que aparecem sempre.
Tal como nos Pousos, dirigi-me tardiamente para a partida, tendo ficado bem na cauda do pelotão para o arranque. E eis que soa a buzina de partida, e mais uma vez a confusão de sempre. Logo no arranque começo a passar bastantes participantes, mas pouco depois entrávamos no primeiro singletrack do percurso, e aí não havia nada a fazer a não ser ir atrás dos outros atletas. Entretanto aparecia a primeira subida curta, onde deu para passar mais alguns adversários. De seguida fazíamos uma descida bastante rápida, mas que no final tinha uma curva à direita com um enorme rego na zona interior, o que obrigava novamente a ir em fila indiana. Tempo para mais uma subida, agora uma das duas que marcavam a prova por serem as mais duras pela inclinação, e, neste caso, também pela extensão, principalmente quando comparada às restantes que constavam do percurso. De seguida entrávamos numa zona de plano onde se dava bom uso às mudanças mais pesadas, uma zona onde se rolava acima dos 25km/h. Entrada em mais uma zona de singletrack, desta vez com uma primeira parte a subir, sempre com muitas curvas - uma zona bem divertida, com muita condução. A segunda parte era já a descer e dava acesso a um estradão onde se continuava a descer, atingindo-se velocidades bem interessantes! Antes de entrar numa pequena secção de alcatrão existia uma zona de lama com cerca de 3/4 metros de extensão onde havia que ter algum cuidado, já que entrávamos nela com a velocidade que traziamos da descida em estradão. Foi aqui que estive parado algum tempo passadas algumas voltas junto a uma participante feminina que caiu com alguma gravidade - os bombeiros chegaram entretanto e receio que existisse alguma fractura no ombro. De seguida continuava-se a descer em alcatrão - uma boa zona para descansar e absorver alguns líquidos e/ou sólidos. Nova entrada em todo o terreno para uma zona ligeiramente a subir em cima de uma laje um pouco incerta - nada que justificasse o uso de uma suspensão total - sempre feita em tripla ao longo de toda a prova, continuando depois por mais uns singles fabulosos, com muita condução. Mais uma pequena ligação em estrada e nova entrada em singles, estes com alguma (pouca) lama, a exigir um pouco mais de empenho e de desenvoltura técnica. Entrada na última zona de alcatrão da qual constava a segunda subida digna desse nome do percurso, neste caso não pela extensão, mas pela inclinação na sua parte final. Entrada na última zona antes da meta, e, mais uma vez, singletrack. Durante a segunda e terceira volta fui sempre dividindo o esforço com um outro atleta, mas durante um ligeiro abrandar de ritmo na passagem pelo abastecimento para troca de bidon ele adiantou-se ligeiramente, e nunca mais consegui recolar. Entretanto, começo a ver a atleta feminina que veio a terminar em primeiro lugar, que tinha partido bastante mais à frente, mas demoro bastante tempo a colar a ela, já que ela seguia com um ritmo bastante forte. Até à última volta fomos trocando de posições várias vezes, por norma eu passava sempre para a frente nas zonas mais técnicas, já que era mais rápido nessas zonas. Na entrada para a última volta senti que estava a quebrar, mas já não tinha mais nenhum gel. Ao passar na minha zona de assistência pedi um, mas tinham acabado. Logo aí apercebi-me que iria ter uma quebra de rendimento antes de terminar a última volta. Fui seguindo, impotente perante o abrandamento gradual que me ia afectando, mas tentando sempre perder o mínimo de tempo e andamento possível. Entretanto sou dobrado pelo meu colega de equipa Mauro Jorge a quem peço um gel. Felizmente ele tinha um e prontamente cedeu-mo. Ingeri rapidamente para que fizesse efeito o mais depressa possível. Pouco depois fui dobrado por outro colega, Sérgio Sacadura, que me incentivou à passagem. Desde já o meu obrigado! Não sei se foi disso, mas sei que até ao fim mantive sempre uma distância de cerca de 100 metros para ele.
Para a história fica o 51º lugar entre os 165 atletas que partiram.
Os meus parabéns a toda a estrutura Róódinhas que montou uma belíssima prova, tendo angariado elogios de todos os participantes com quem tive oportunidade de falar depois de terminadas as 3 horas. Não posso falar dos banhos (tinha que me esquecer dos chinelos...), mas que fantástico almoço!
Resta-me agradecer à Helena Lourenço, Suéli Lorvão e Carla Franco pela assistência prestada. Parabéns pelo excelente trabalho!
Até à próxima!
Boas pedaladas
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