quinta-feira, 16 de abril de 2009

04 - 21 e 22.02.2009 - Travessia da N. Srª da Peneda - 2º dia

Eis que nasce um novo dia, e que se esperava ainda melhor que o primeiro! Com a promessa de um final em calçada romana, técnica, provavelmente molhada e a descer (e eu sei que sim, já que fui eu que a reconheci há uns anos...), um começo com um single bem engraçado e uma calçada impossível a subir para uma aldeia, e paisagens ainda mais estonteantes que no primeiro dia, o sucesso era mais que garantido.
Depois de todos termos tomado um belo pequeno-almoço, hora de arrancar! Começámos por alcatrão durante algum tempo, passando por um lugar extremamente pitoresco (é mesmo um lugar, bem mais pequeno do que uma aldeia!) onde o cruzamento de dois carros de bois é impossível, quanto mais dois automóveis... Pouco depois saída à direita, e eis que estávamos num singletrack a acompanhar um curso de água. Bem no meio do caminho existe um rego longitudinal, que se encontrava escondido por folhas secas, e um dos participantes não o viu e deu em queda. Nada de grave, mas valeu umas valentes dores num joelho - felizmente alguns minutos depois estava tudo esquecido. Como estávamos a chegar à tal calçada impossível, lancei o desafio a quem não a conhecia, mas mais uma vez revelou-se intransponível. Lá seguimos em fila, a empurrar as bicicletas e a conversar. Começava agora a primeira subida longa do dia, que apesar de ser feita por alçatrão, era muito inclinada no início, ainda dentro da aldeia e a sair da mesma. O grupo foi-se fragmentando, seguindo cada grupo ao seu ritmo, sempre acompanhados pelo magnífico maciço granítico à nossa direita - que vista impressionante. Chegados ao cimo, depois de uma passagem por uma florestal, paragem para o primeiro abastecimento. Com as forças retemperadas voltámos à carga, e agora para entrar em terra, com uma pendente ascendente muito pronunciada, com um mar de pedra solta no início, inclinando ainda mais após essa secção - um verdadeiro manjar para quem é apreciador destes desafios, a pôr todos a arfar e a fazer sentir a altitude a que já nos encontrávamos: acima dos 1200m. Depois de toda esta subida, tinha de vir uma descida, que por sinal é bem divertida com a velocidade que se consegue alcançar, e algo trepidante já que se apanha alguma pedra. Tempo para uma paragem para tirar algumas fotos do bonito vale que se estendia à nossa esquerda, falar de pequenas zonas com neve que havíamos apanhado no início da descida, e seguimos, embora daqui para a frente fosse em estradão largo, quase estrada. Muita velocidade, muito embalo, tanto que passámos o corte para um single muito divertido e tivemos de voltar atrás - felizmente apenas alguns metros. Depois desse single, que vai desembocar numa branda, entrámos em estrada novamente, tendo encontrado novo abastecimento antes de o alcatrão empinar novamente. Mais um pouco de conversa e diversão, grupo reagrupado, e arrancámos. Continuámos por alcatrão durante algum tempo, em bom ritmo, sempre a subir, desta vez com inclinações mais simpáticas. O grupo foi alongando, tendo-se formado uma única fila, tal como se vê nas provas de estrada quando o ritmo já vai muito rápido. Era fácil de perceber quem está habituado a treinar em estrada, e principalmente em grupo. Não era o caso do companheiro que vinha atrás de mim, que não reparou que os que iam à frente abrandaram um pouco o ritmo, e ele começou a roçar com o pneu dele da frente na minha roda traseira. O resultado foi uma queda aparatosa dele, felizmente sem consequências. Repostos do episódio, entrámos novamente em terra, para continuar a subir, agora numa zona um pouco mais árida, embelezada por cavalos selvagens que pastavam por aquelas zonas. Um pouco de plano, mais uns amontoados de neve (e mais umas fotos, claro!), e aproximávamo-nos bem depressa do local de almoço: Castro Laboreiro. Tempo para uma curta descida, passagem por uma aldeia, e breves momentos depois, almoço. Este constava de uma belíssima sopa, e gastronomia típica, o que quer dizer que sabia tudo muito bem, mas não era nada apropriada a quem ainda ia continuar durante mais alguns kms a pedalar. Mas soube tão bem a todos!!!
Para a fase final do dia estava reservada a parte mais divertida e mais técnica da travessia: as calçadas romanas e caminhos pedestres, já na Galiza. Com o sobe e desce que se fez em alcatrão até chegar a essa zona, o grupo acabou por se dividir em dois, ficando eu a acompanhar o da frente, o que me deu um grande prazer, visto que já há bastante tempo que vinha a gabar os trilhos que iríamos agora percorrer a alguns dos elementos que integravam este grupo. E foi sensacional! Todos adorámos, ainda que a primeira metade desses kms (sim, leram bem, kms) exija bastante atenção por causa da pedra muito irregular e molhada. Com algumas paragens pelo meio para comentar as sensações vividas, foi para mim extremamente recompensador ver tantos sorrisos à minha volta: as expectativas criadas tinham sido superadas! A segunda metade destes fantásticos trilhos, ainda que técnica, já não era tão arriscada, o que fez com que velocidade aumentasse um pouco mais, e fez com que a nossa diversão acabasse mais depressa - estávamos às portas de Entrimo de onde havíamos partido no dia anterior.
Pela minha parte, as saudades já se faziam sentir e ainda estava a sair de cima da bicicleta, mas nada dura para sempre... Para o ano há mais!
Resta-me deixar aqui o link para as fotos deste dia, que são em menor quantidade, mas penso que seja compreensível... estávamos a divertir-nos tanto que não nos lembrámos de parar para fotografar!!!
Abraço

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