O regresso!, ainda que faseado... Conforme as indicações do meu fisioterapeuta, e depois de estar autorizado pelo mesmo a participar nas 3h de Leiria mesmo depois de explicar que tinha muitas escadas para descer, liguei o ombro conforme me foi ensinado e dirigi-me para o jardim em frente às antigas instalações do Banco de Portugal. O secretariado estava muito lento, muito por culpa da empresa responsável pela cronometragem na entrega dos chips, embora isso não me tenha afectado, já que a minha equipa já lá estava com o material necessário para todos os atletas. Tempo para ir dar a volta de reconhecimento, e confesso que estava bastante nervoso com a perspectiva de descer certos lanços de escada. Arranquei e pouco depois estava acompanhado de mais um atleta. Lá fomos com calma, sempre na conversa, o que ajudou a acalmar. Fizemos a volta completa e deu para concluir que a única escada onde se tinha de ter mais cuidado era a da escola comercial, já que a mesma tinha de ser feita na diagonal. Estava na hora das verificações técnicas, já bem perto do fecho da mesma. Aqui pude observar que as mesmas não foram muito rigorosas, já que um atleta que entrou na mesma altura do que eu não cumpria um dos requisitos do regulamento - dimensões dos pneus - e entrou para o parque fechado/zona de meta. Mais tarde, apercebi-me de mais atletas nas mesmas circunstâncias. Um aspecto a melhorar por parte da Airbike, já que eles é que incluiram este ponto no regulamento. Entretanto, e como faltavam cerca de 30m para o arranque e ninguém garantia a segurança das bicicletas para os atletas poderem ir fazer rolo para aquecer - mais um aspecto a rever por parte da Airbike - aproveitou-se para conversar com os muitos amigos presentes.
Chega a hora do arranque, há quanto tempo... Saudades... E lá começa a pulsação a subir! 21h - arranque! O turbilhão habitual, o som das mudanças a entrar, dos pneus a rolar, e, da habitual confusão também. A primeira volta era mais curta, já que começava pela avenida principal até à rotunda do estádio, e aí entrava-se no percurso "oficial". Ainda nessa volta, quando se descia depois da escola comercial e se saía à esquerda para uma descida mais suja e escura deparo-me com o primeiro acidente, e este foi dos grandes. Tempo para parar, avisar quem vem atrás e chamar os bombeiros. 2 ou 3m depois lá começo a pedalar novamente, apenas para parar novamente numa passagem estreita um pouco mais à frente e perder mais 2m - e vão 5m de desvantagem para a parte do pelotão que não foi afectada pela queda, tempo irrecuperável para mim que não treino há bem mais de 2 semanas entre queda, diagnósticos e tratamento. Continuando. Começam a acumular-se as voltas, até ter 1h20m de prova sinto-me muito bem, o que me admira bastante tendo em conta a paragem, mantendo sempre um ritmo forte e constante. Entretanto começo a sentir algum desgaste, o que se veio a comprovar mais tarde nos tempos de volta, mas continuo sempre a dar o máximo possível. Dá-se o aparecimento de alguns borrifos de chuva, que desde logo me fizeram temer pela segurança de todos os que andavam no percurso, já que o mesmo ficaria perigosíssimo se a mesma não parasse. Felizmente parou. Entretanto começo a sentir as forças a fugirem mais depressa e a vontade que o tempo de prova acabe torna-se quase ensurdecedora dentro de mim. As últimas duas voltas já são feitas completamente em "modo automático", num ritmo que de repente é 3m mais lento - o "homem da marreta" apanhou-me... Termino a prova em 134º lugar da geral, 58º de Veteranos A, com 11 voltas e muito desgastado. Ainda assim não foi muito mau tendo em conta a paragem forçada, fiquei a meio da tabela em termos de classe, no início da segunda metade da geral. Com o fim da prova regressou a chuva, agora com mais força. Felizmente a entrega do meu chip foi rápida, mas para a maior parte dos participantes nem por isso, ao que sei demorou cerca de 1h30m o que veio a impedir que muitos fossem tomar banho ao estádio que entretanto fechou. Mais um detalhe para a Airbike trabalhar. Para mim tratou-se de uma prova espectacular, muito diferente do habitual, com muita gente ao longo percurso a apoiar (o que não é habitual no meio do monte nas provas de BTT), com muita animação, e acima de tudo, com um enorme potencial tanto para a organização como para as equipas/atletas de darem muito mais retorno aos seus patrocinadores como de aproximação da modalidade ao público em geral. E o melhor de tudo foi o facto do ombro não ter qualquer queixa depois de tirada a fita que estava a fazer a contenção do mesmo! Estamos no bom caminho!
Até à próxima! Boas pedaladas
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