terça-feira, 15 de setembro de 2009

De férias na Lousã: ensaio geral para o GeoRaid

Olá! As férias já acabaram e até já estou a trabalhar, mas depois do repto do João não podia deixar de dar a minha contribuição. Depois de alguma busca na net, decidi ir de férias para a zona da Lousã com a Lena, e assim conhecer as Aldeias do Xisto, não só as da Lousã, mas também as pertencentes a Góis, Figueiró dos Vinhos, Penela e Miranda do Corvo, bem como a rede de praias fluviais existentes nas mesmas zonas. Desde já posso adiantar que gostámos muito, embora eu sinta que a ideia que é passada no site das aldeias é um pouco enganadora: estamos à espera de encontrar aldeias vivas, quando a realidade é precisamente o oposto. Ainda assim existem excepções, mas são raras.
Antes de partir já tinha falado com o João sobre o meu destino de férias e sobre a possibilidade de se juntar um grupo de amigos para fazer o 1º dia do GeoRaid da Lousã de 2008. Depois de várias SMS e chamadas, acabámos por ser só os dois confirmados, o que acabou por ser bom, já que depois do convite do João para formar equipa para a edição de 2009, o passeio tornou-se acima de tudo um ensaio inicial - costumamos andar de bike de estrada algumas vezes juntos e temos ritmos relativamente semelhantes, mas nunca tinhamos andado juntos em BTT - e um ensaio geral - para tomar a decisão final: inscrever ou não!
Depois de um pequeno atraso, lá partimos para a aventura, e, diga-se, não há muito tempo para aquecer, já que, mal se começa a sair da Lousã já se está a subir. Como tinhamos muito do que falar, a subida inicial fez-se bem, diria mesmo que quase passava despercebida, não fossem as belíssimas paisagens que nos obrigavam a parar frequentemente para tirar fotografias. Aproximávamo-nos rapidamente da primeira aldeia de xisto, Gondramaz - está muito gira, vale a pena visitar - com um acumulado de mais de 700m em menos de 20km... Após esta aldeia, continuava-se a subir, agora já em estradão de acesso aos geradores eólicos, ultra-suaves, mas sem grandes desafios para a condução... A vista, essa sim, a valer bem a pena!
Tempo para uma longa e rápida descida, seguida de uma zona mais plana com várias sequências de curvas à esquerda e à direita. Passagem por uma barragem de captação de água, para pouco depois se chegar à primeira praia fluvial do dia: Louçainha.
Depois de uma fase de descanso tinha de se seguir uma fase de esforço, obrigatoriamente. Tempo para se subir até São João do Deserto - aqui foi necessário circular com algum cuidado, os madeireiros tinham andado a cortar madeira e o conceito deles de deixar os caminhos limpos para a circulação é algo dúbio... Pequeno precalço, as pilhas do GPS acabaram, nada que não se tenha resolvido (obrigado João pelas pilhas da máquina e desculpa teres ficado sem tirar mais fotos o resto do dia...), e lá continuámos, primeiro por um curto single em pedra, depois por estradão, para a segunda aldeia de xisto, Ferraria de São João, que por acaso até nem é de xisto. Agora entrávamos numa zona rápida, em plano ou ligeiramente a descer, sempre a pedalar a velocidades bem elevadas. Apenas tinha que se ter atenção aos pontos no GPS que indicavam qual o trilho a seguir nas bifurcações que iam aparecendo. Passagem por baixo do IC8, e novamente a subir até à terceira aldeia de xisto, Casal de São Simão, pelos caminhos menos interessantes do dia, na minha opinião. Esta aldeia é das mais bonitas que tive oportunidade de visitar - recomendo vivamente uma visita à mesma. A saída da mesma é feita por outro single, muito engraçado, mas muito curto. E assim estamos na praia fluvial das Fragas de São Simão, que, diga-se, é fantástica. Fizemos uma longa paragem, alimentámo-nos bem, hidratámos o corpo e os bidons/mochilas. Aqui estavámos no ponto mais afastado da partida na Lousã. A partir deste momento começava o regresso, e pelo acumulado que se lia no GPS, muito restava ainda para subir. E começava logo a sair das Fragas com uma subida em paralelo bem durinha, que depois continuava durante bastante tempo por alcatrão. Mais uns caminhos de terra e entrada na praia fluvial de Ana de Aviz, uma das melhores (ou mesmo a melhor) em termos de infraestruturas. Daqui para a frente o caminho seguido estava intimamente ligado aos estradões de acesso aos geradores eólicos, salvo erro, de Castanheira de Pêra. Aqui apareceram as subidas com maior pendente, o que aliado ao vento forte que se fazia sentir ao fim da tarde não ajudava muito. Por fim lá saímos para uma florestal à esquerda, que ao não estar assinalada (e porque já tinha havia alguns problemas de navegação com o GPS) me obrigou a fazer duas vezes a mesma parede... é tudo treino! Esta florestal era fantástica, com muitas pinhas minúsculas no chão, e com o cruzamento da mesma por mais dois corços (tinha-me esquecido que de manhã tinhamos avistado outros dois). Já faltava muito pouco para a descida final até à Lousã, mas fizemos uma última paragem para dar ar ao pneu traseiro do João que estava com um furo lento, e apreciar a fantástica luz de fim de dia. Problema temporariamente resolvido, eis que começamos a descer por uma antiga estrada nacional, agora um estradão onde ainda se vislumbram pequenos pontos de alcatrão grosso e bastante antigo. Mais mudanças houvesse, mais mudanças se usariam. Parámos ainda num miradouro sobre a Lousã para um último olhar - a aventura estava a terminada!
Conclusão: já estamos inscritos!
Boas pedaladas

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